quarta-feira, 27 de junho de 2012

Coisas Que Você Deve Saber Sobre A Água

  Coisas Que Você Deve Saber Sobre A Água


 A água é o líquido mais importante que há no nosso planeta. Ela é essencial à vida, cobre 70% da superfície da Terra e representa 70 % do peso do corpo humano. Mas, como veremos, a água de que precisamos para viver é um bem cada vez mais escasso e mais caro. Portanto, é fundamental que a encaremos como bem preciso e indispensável que é, que a poupemos, que a respeitemos, que a protejamos.









Se o nosso planeta tem tanta água, como se pode dizer que ela é escassa ?
Acontece que 97% da água existente na Terra são água do mar, portanto água salgada, imprópria para consumo humano ou na indústria.  Assim, apenas 3% são de água doce.
Mas, isso não é tudo. Dos 3% de água doce, mais da metade (1,75% do total) é água congelada, localizada nos pólos, e outra parte (1,243% do total) é principalmente água subterrânea, cujo aproveitamento é bem mais caro. Assim, sobra apenas uma parcela mínima de 0,007 % de água boa e facilmente aproveitável. E este restinho de água boa está sendo poluído ou desperdiçado pela humanidade.  Metade dos rios do mundo já estão poluídos por esgotos, agrotóxicos ou lixo industrial.







Sem a água, não existiria vida. Ela forma a maior parte do volume de uma célula, e uma pessoa de 65 kg, por exemplo, tem 45 kg de água em seu corpo.
O transporte dos sais minerais e de outras substâncias, para dentro ou para fora da célula, é feito por soluções aquosas e a regulagem da temperatura do nosso corpo depende da água, pois é pelo suor que eliminamos parte do calor interno.
Cerca de 70% do oxigênio que a humanidade respira vem de algas microscópicas que vivem em rios, lagos e oceanos.







Escassez de água no mundo



A Terra tem quase 1,5 bilhão de km3 de águas superficiais, mas 60% desse volume estão em apenas nove países, entre eles o Brasil. No século XX, a população do mundo aumentou três vezes, mas o consumo de água tornou-se seis vezes maior.
         Se a água da Terra estivesse igualmente distribuída, haveria 6.500 m3/ano para cada pessoa, o que é 6,5 vezes mais do que o mínimo recomendado pelas Nações Unidas.
Atualmente, 29 países já têm problemas com a falta d'água e a situação tende a piorar. A escassez atinge 460 milhões de pessoas e dezenas de milhões delas vivem com menos de cinco litros de água por dia.
Segundo o estudo Corrupção Global 2008: Corrupção no Setor de Água, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pela ONG Transparência Internacional, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso a água potável e 2,4 bilhões vivem sem saneamento básico. O mesmo estudo revela que essa situação se deve mais a falhas de governança do que à escassez de recursos hídricos.
Uma projeção feita pelos cientistas indica que, em 2025, 2,43 bilhões de pessoas (dois de cada três habitantes do planeta) serão afetados de alguma forma pela escassez, passando sede ou contraindo doenças como cólera e amebíase, provocadas pela má qualidade da água. Será um problema como nunca antes houve no planeta.
A falta d'água já afeta o Oriente Médio, China, Índia e o norte da África. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que, até 2050, 50 países enfrentarão crise no abastecimento.
Hoje, na China, milhões de pessoas caminham quilômetros todos os dias para conseguir água. Na Índia, seu principal curso-d'água, o rio Ganges, está se esgotando. No Oriente Médio, países como Israel, Jordânia, Arábia Saudita e Kuwait terão, em 40 anos, água doce apenas para consumo doméstico; as atividades agrícolas e industriais terão de fazer uso de esgoto tratado.  E no norte da África (Argélia, Líbia e deserto do Saara) a quantidade de água disponível por pessoa estará reduzida em 80% nos próximos 30 anos.








O Brasil é um dos países mais ricos em água do planeta. Cerca de 12% da água doce superficial disponível na Terra estão aqui.
Essa água, porém, tem uma distribuição muito desigual. A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do Brasil, enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%, e o Sudeste, com 43% da população, conta com apenas 6%.  Só a Amazônia tem 80% da água existente no Brasil. 
Além disso, o desmatamento e a poluição dos rios tornam essa situação ainda mais séria e, em conseqüência disso tudo, quase metade dos brasileiros (45%) não têm acesso a serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto sanitário.
Como se não bastassem esses problemas, os brasileiros ainda desperdiçam 40% da água tratada fornecida aos usuários. Cada pessoa necessita de 40 litros de água por dia, mas os brasileiros consomem 200 litros (e os norte-americanos, mais de 500, com grande desperdício !).
É verdade que existe o Aqüífero Guarani, um imenso depósito de água subterrânea, que ocupa 1,2 milhão de quilômetros quadrados, dos quais 70% em território brasileiro. 

 Aguífero Guarani
Aguífero Guarani

Mas, estudos recentes mostraram que essa água nem sempre é boa para consumo doméstico e até mesmo para a agricultura pode ser inadequada. Além disso, o aqüífero não é um depósito contínuo e a profundidade em que ele se encontra chega a mais de 1.000 metros em algumas regiões.
A agricultura é o setor que mais consome água no país, cerca de 60% do total. As residências respondem por 22% e as indústrias, por 19% do consumo.
A região semi-árida do Nordeste brasileiro é a que mais sofre com a falta de água e por isso existe, há muitos anos, a idéia de levar parte das águas do rio São Francisco para outros rios daquela região. Especialistas dizem que, através de canais e com bombeamento, é possível levar água a 200 municípios e 6,8 milhões de habitantes do Nordeste, além de reativar 2.100 quilômetros de rios secos e irrigar uma área de 300 mil hectares.
         Esse projeto é tão ambicioso quanto polêmico e não faltam especialistas contra sua execução, alegando que o rio São Francisco não tem água suficiente para ceder a outros rios; que a tendência é ele ter cada vez menos água; que a água desviada irá favorecer principalmente projetos agrícolas e não as residências; que não se sabe o que acontecerá com os peixes, as aves e os microrganismos que vivem no São Francisco ou em suas margens; etc. Mas, o fato é que o atual governo federal determinou o início das obras e o projeto já está sendo executado.








Ao contrário dos recursos minerais, que não são renováveis, a água permanece constante na natureza, apenas mudando de estado físico, num ciclo chamado ciclo hidrológico ou ciclo das águas.


Sob a ação do calor do Sol, a água da superfície (dos rios, oceanos, lagos, banhados e, em menor quanti-dade, da vegeta-ção) evapora e vai para a atmosfera. Este vapor sobe, vai se acumulando e, quando encon-tra zonas frias, se condensa,forman-do gotas de água que se juntam a outras gotas e formam as nuvens.
  Quando essas nuvens ficam muito pesadas por causa da quantidade de água nelas contida, a água volta à superfície terrestre na forma de chuva.
Uma parte da água das chuvas penetra no solo, e outra parte corre para os rios, mares, lagos, oceanos etc. , fechando o ciclo.
      Assim, o volume total da água permanece o mesmo, mas, com o aquecimento global, a quantidade de água na forma de vapor tende a ser cada vez maior.








Um dos principais problemas que surgiram neste século é a crescente contaminação da água. Ela vem sendo poluído de modo assustador, principalmente nas zonas litorâneas e nas grandes cidades.
A água é usada para eliminar todo tipo de material e sujeira e, com isso, fica contaminada com numerosas substâncias. É, por isso, chamada de água residual. Se ela for para um rio ou para o mar, as substâncias nocivas que transporta irão se acumulando e aumentando a contaminação geral das águas, o que traz graves riscos para a sobrevivência dos seres vivos.
Entre os mares mais contaminados do mundo estão o Mediterrâneo, o mar do Norte, o canal da Mancha e os mares do Japão. Os agentes contaminadores que trazem maior risco ao ecossistema marinho são acidentes com barcos petroleiros e os produtos químicos procedentes do continente, que chegam ao mar através da chuva, dos rios ou das águas residuais.
Entre as principais substâncias que contaminam a água estão adubos, papel, excrementos, sabões, microrganismos capazes de provocar doenças como hepatite, cólera e gastrenterite, pesticidas do tipo DDT (chamados organoclorados) e metais pesados, como chumbo e mercúrio. Os nitratos procedentes de fertilizantes nitrogenados e de fezes humanas são o maior contaminante da água subterrânea.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 4,6 milhões de crianças de até 5 anos morrem por ano de diarréia, doença relacionada ao consumo de água não potável, agravada pela fome e pela má distribuição de renda. No Brasil, 65% das internações hospitalares, principalmente de crianças, são causadas por doenças provenientes do consumo de água contaminada. A diarréia e as infecções parasitárias estão em segundo lugar como maior causa de mortalidade infantil no país. Isso tudo pode ser mudado, pois o abastecimento de água potável e o saneamento ambiental podem reduzir em 75% a taxa de mortalidade e de enfermidade da população.








A água é considerada potável quando pode ser consumida pelo ser humano. Infelizmente, a maior parte da água dos continentes está contaminada e não pode ser ingerida diretamente.
Água tratada é aquela da qual foram eliminados os agentes de contaminação que possam causar algum dano à saúde, tornando-a potável. É um processo bastante caro e complexo.
 Em alguns países, as águas residuais das indústrias ou residências são tratadas antes de serem jogadas nos rios ou no mar. Essas águas recebem o nome de depuradas e geralmente não são potáveis, pois passaram por apenas uma fase de eliminação do material contaminante (no Brasil, são poucas as empresas que fazem isso).
Caso as águas se destinem ao consumo humano, aí recebem uma segunda fase de tratamento, tornando-se potáveis.








Água mineral é uma água natural que contém sais minerais em quantidades acima do normal.  Fique atento: nem toda água engarrafada é água mineral. Se o rótulo informa que ela é uma água de mesa, isso significa que ela é apenas uma água potável, com teores normais, portanto, de sais minerais.
Do ponto de vista legal, isso faz diferença, porque a água mineral é considerada um bem mineral, controlado pela União. Se for água potável, é um recurso hídrico, sob controle estadual. 








No século atual, as guerras deverão ser não mais por razões políticas ou pela posse de jazidas de petróleo como até agora, mas principalmente pela água. Aliás, em 1967 já aconteceu algo parecido: no Oriente Médio, os árabes fizeram obras para desviar o curso do rio Jordão, o mais importante da região, e de seus afluentes. Como isso cortaria boa parte do abastecimento de água de Israel, o governo deste país ordenou o bombardeamento da obra, acirrando ainda mais a rivalidade com os países vizinhos.








Cada brasileiro gasta em média 200 litros de água por dia. Apenas metade disso seria suficiente para suprir todas as necessidades.
Há muita coisa que se pode fazer em casa para economizar água.


Não demorar muito tempo no chuveiro e fechar a torneira ao se ensaboar.
Eliminar logo os vazamentos que encontrar. Uma torneira pingando gasta bem mais do que se imagina.
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Verificar se há vazamentos invisíveis: fechar todas as torneiras e os registros de casa e observar se o hidrômetro sofre alguma alteração. Se sofrer, é porque existe vazamento em algum lugar da rede hidráulica.
*
Ao escovar os dentes, só abrir a torneira para enxaguar a boca e lavar a escova. Assim, economizam-se 16.425 litros de água por ano.
*
Lavar o carro com balde e não com mangueira. O gasto com mangueira é de aproximadamente 600 litros de água; com o balde, apenas 60 litros.
Escadas, calçadas e peças da casa devem ser varridas antes de lavadas.
Molhe plantas de vasos e de jardins ao amanhecer ou ao entardecer. Isso reduz a evaporação da água.
Quando lavar louça ou roupa na máquina, use a capacidade máxima do equipamento, evitando lavagens freqüentes com pouca coisa a lavar.
Antes de lavar pratos e panelas, retire os restos de alimento com um papel.





FONTES CONSULTADAS:


2. AMIGO DA ÁGUA - http://www.amigodaagua.com.br/
4. CANAL KIDS - http://www.canalkids.com.br
6. LIMA, R. de A. & VIEIRA, V.  A Terra não agüenta.  São Paulo, Veja,  41(44):96-99. 
      05.11.2008.  il.
7. HIRATA, R.  Recursos hídricos.  In: TEIXEIRA, Wilson et al. org.  Decifrando a Terra.  São Paulo:  Oficina de Textos,  2000.  568p.  il.  p. 421-444.  il.
8. MAIS de um bilhão não têm acesso à água, diz ONU.  São Paulo,  Águas Subterrâneas,  2(8):12.  Nov. 2008. 
9. PETRÓLEO cristalino.  São Paulo,  Águas Subterrâneas,  2(8):19-22.  Nov. 2008. 



22 DE MARÇO – DIA MUNDIAL DA ÁGUA




DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA ÁGUA




A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva.



Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.



Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.



Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.



Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.



Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.



Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.



Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.



Art. 8º - A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.



Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.



Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.



Organização das Nações Unidas, Paris, 22 de março de 1992.

Alterado em: 22/09/2009

Aquíferos



Aquíferos


Formação geológica que contém água e permite que quantidades significativas dessa água se movimentem no seu interior em condições naturais.Formações permeáveis, tais como os arenitos e areias são exemplos de aqüíferos.

Tipos de Aquíferos



Outras Formações Geológicas relacionadas aos Aquíferos



Tipos de Aquíferos
São classificados em função da pressão das águas nas suas superfícies limítrofes: superior chamada topo, e inferior chamada base, e também em função da capacidade de transmissão de água das respectivas  camadas limítrofes.



    – Aquífero Livre
    Também chamado de freático ou não confinado, é aquele cujo limite superior é a superfície de saturação ou freático na qual todos os pontos se encontram à pressão atmosférica.

    – Aquífero confinado
    Também chamado de aquífero sob pressão, é aquele onde a pressão da água em seu topo é maior do que a pressão atmosférica. Em função das camadas limítrofes pode ser definido como: Confinado não drenante e confinado drenante. 
      Aquífero confinado não drenante
      É aquele em que as camadas limítrofes, inferior e superior, são impermeáveis.Captação por sondagem nesse tipo de aqüífero, a água jorra naturalmente sem necessidade de bombeamento e, são os poços denominados  “jorrantes” ou “artesianos”.

      Aquífero confinado drenante 
      E aquele que pelo menos uma das camadas limítrofes é semi-permeável, permitindo a entrada ou saída de fluxos.


    Aquífero suspenso
    É um caso especial de aqüífero livre formado sobre uma camada impermeável ou semi-permeável que nem armazena nem transmite água.
    Figura 5 – Tipos de Aquíferos<sup>1</sup>
    Figura 5 – Tipos de Aquíferos1




Outras Formações Geológicas relacionadas aos Aquíferos

    – Aquícludes
    Formação em que as possibilidades de se encontrar água é grande, mas, é incapaz de transmiti-la em condições naturais.

    – Aquítarde
    Camada de formação semi-permeável, delimitada no topo e/ou na base por camadas de permeabilidade muito maior.O aquítarde funciona como uma membrana semi-permeável através do qual pode ocorrer uma filtração vertical ou drenança.





Alterado em: 06/05/2010

Água mineral e água de mesa


Água mineral e água de mesa 


Segundo o Código de Águas Minerais (Decreto-Lei Nº 7.841, de 08/08/1945), águas minerais são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa. 
Segundo o mesmo código, são águas potáveis de mesa as águas de composição normal provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que preencham tão-somente as condições de potabilidade para a região. 
Portanto, a água mineral tem uma ação medicamentosa; a água de mesa é uma simples água potável. Essa é uma informação importante para o consumidor, pois muitas vezes se toma água de mesa pensando ser água mineral. Ambas são vendidas em garrafas e ambas podem conter gás. A diferença está apenas no rótulo, que deve informar se a água é mineral ou apenas água de mesa. 


Classificação das águas minerais 

De acordo com a composição química, as águas minerais são classificadas em doze diferentes grupos.


I – radíferas: as que contêm substâncias radioativas dissolvidas, o que lhes dá radioatividade permanente.
II - alcalino-bicarbonatadas: as que contêm compostos alcalinos equivalentes a no mínimo 0,200 grama de bicarbonato de sódio por litro. 
III - alcalino-terrosas: as que contêm compostos alcalino-terrosos equivalentes a no mínimo 0,120 grama de carbonato de cálcio, por litro. Podem ser alcalino-terrosas cálcicas ou alcalino-terrosas magnesianas.
IV – sulfatadas: as que contêm no mínimo 0,100 grama por litro do ânion sulfato (SO42-) combinado com os cátions sódio (Na1+), potássio (K1+) e magnésio (Mg2+). 
V – sulfurosas: as que contêm no mínimo 0,001 grama do ânion enxofre (S) por litro.
VI – nitratadas: as que contêm no mínimo 0,100 grama por litro do ânion nitrato (NO31-) de origem mineral.
VII – cloretadas: as que contêm no mínimo 0,500 grama de cloreto de sódio por litro. 
VIII – ferruginosas as que contêm no mínimo 0,005 grama do cátion ferro (Fe) por litro. 
IX – radioativas: as que contêm radônio (Rd) dissolvido. Dependendo do teor desse gás, podem ser francamente radioativas,radioativas ou fortemente radioativas.
X – toriativas: as que possuem um teor de torônio (um isótopo do radônio) em dissolução, equivalente em unidades eletrostáticas, a duas unidades Mache por litro, no mínimo. 
XI – carbogasosas: as que contêm 200 mililitros de gás carbônico (CO2) livre dissolvido, a 20 °C e 760 mm de Hg de pressão por litro.
XII – oligominerais: as que, apesar de não atingirem os limites estabelecidos na classificação acima, possuem inconteste e comprovada ação medicamentosa (Código de Águas). 


Classificação das Fontes 

As fontes de água mineral são, por sua vez, classificadas da seguinte maneira:


1º) Quanto aos gases 

I - Fontes radioativas, que se subdividem, dependendo do teor de gás radioativo que contenham, em francamente radioativas,radioativas e fortemente radioativas
II - Fontes toriativas.
III - Fontes sulfurosas

2º) Quanto à temperatura 

I - Fontes frias: quando sua temperatura é inferior a 25 °C.
II - Fontes hipotermais: quando sua temperatura está entre 25 e 33 ºC.
III - Fontes mesotermais: quando sua temperatura está entre 33 e 36 °C.
IV - Fontes isotermais: quando sua temperatura está entre 36 e 38 °C.
V - Fontes hipertermais: quando sua temperatura é superior a 38 °C. 


A temperatura da Terra aumenta à medida que se penetra no subsolo. A distância necessária para se ter aumento de 1 ºC é chamada de gradiente geotérmico. Ela varia de uma região para a outra e no Brasil é de 30 metros em média. Em locais onde a temperatura aumenta mais depressa, surgem as fontes termais. 
O calor que aquece a água de uma fonte termal não está necessariamente ligado a atividade vulcânica. Pode ser devido simplesmente ao fato de a água provir de uma grande profundidade. 
Em termos globais, a temperatura no subsolo aumenta de 10 a 100 ºC por quilômetro de profundidade.


O aproveitamento da água mineral 

O aproveitamento comercial das fontes de água mineral ou de mesa, tanto em propriedades públicas quanto em particulares, é feito pelo regime de autorização de pesquisa e concessão de lavra, previsto Código de Mineração, e observadas as disposições contidas no Código de Águas. 
O aproveitamento comercial das águas de mesa é reservado aos proprietários do solo, mas o das águas minerais para consumo humano ou destinadas a fins balneários pode ser feito por qualquer cidadão brasileiro, seja ou não proprietário do imóvel onde se situa a fonte. 
Satisfeitas todas as exigências legais de pesquisa e de análise da água, o interessado no aproveitamento de uma fonte de água mineral ou de mesa recebe a autorização legal para isso e a partir daí nenhuma sondagem ou qualquer outro trabalho subterrâneo poderá ser praticado no perímetro de proteção da fonte sem autorização prévia do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). 
Para a instalação ou funcionamento de uma estância hidromineral, há exigências adicionais, relacionadas com as edificações a serem feitas, contratação de médico, existência de um posto meteorológico destinado à obtenção das condições climáticas locais, organização das fichas sanitárias dos funcionários (renovadas pelo menos cada seis meses), entre outras. 
As empresas que aproveitam as águas minerais para preparo de sais medicinais estão sujeitas a todas as exigências do Código de Águas e mais a prescrições específicas determinadas para cada caso. 
As águas minerais e potáveis de mesa podem ser usadas para fabricação de bebidas em geral, desde que não sejam desmineralizadas nem sofram tratamento prévio. 
A fiscalização, em todas as fases da exploração das águas minerais, termais, gasosas e potáveis de mesa, engarrafadas ou destinadas a fins balneários, é exercida pelo DNPM.


O comércio de águas minerais e de mesa 

Não podem ser exploradas comercialmente, para quaisquer fins, as fontes sujeitas à influência de águas superficiais e, por conseguinte, suscetíveis de poluição. 
Em cada fonte em exploração regular devem ser feitas análises químicas periódicas, parciais ou completas, e pelo menos uma análise completa de três em três anos, para verificar a composição da água, uma vez que esta pode sofrer variações. Deve ser feito também pelo menos um exame bacteriológico por trimestre.
Cabe ao DNPM classificar a água e, uma vez feito isso, é proibido o emprego, no comércio ou na publicidade da água, de qualquer designação que possa causar confusão ao consumidor com relação à fonte ou procedência da água. 
As garrafas de água mineral feitas de vidro devem ser transparentes, de paredes internas lisas, fundo plano e ângulos internos arredondados, com fecho inviolável, resistente a choques e aprovadas pelo DNPM. O rótulo, também padronizado, deve conter: nome da fonte; natureza da água; localidade; data e número da concessão; nome do concessionário; constantes físico-químicas, composição analítica e classificação, segundo o DNPM; volume do conteúdo; carimbo com ano e mês do engarrafamento. 
Os vasilhames de plástico podem ser reaproveitados, mas apenas os de 10 e 20 litros e desde que tenham sido fabricados de acordo com as normas da ABNT (NBR 14222 e NBR 14328). Esses vasilhames só podem ser usados por três anos, devendo trazer no fundo a data de validade. (A portaria nº 358, de 21 de setembro de 2009, do DNPM, ampliou temporariamente esse prazo em razão da falta desses vasilhames no mercado.)
As águas minerais e potáveis de mesa podem ser acondicionadas igualmente em embalagens cartonadas com revestimento plástico ou celulósico e naquelas com revestimento em filme transparente multicamada (Portaria 389 de 19/09/2008, do DNPM). 
As águas minerais carbogasosas naturais devem conter, no rótulo, em local visível, a informação água mineral carbogasosa natural. Se o gás foi acrescentado, o rótulo deve ter a inscrição Água mineral gaseificada artificialmente. 
Nenhuma informação sobre as propriedades terapêuticas das fontes pode constar dos rótulos, a menos que seja autorizada pela Comissão Permanente de Crenologia (Crenologia é o estudo das águas minerais). 
As águas minerais importadas só podem ser postas à venda após cumprimento, no que lhes for aplicável, a juízo do DNPM, das disposições sobre comércio das águas minerais nacionais estabelecidas no Código de Águas. 
É proibido o uso endovenoso de água mineral enquanto não ficar provado, em cada caso, ser isso inofensivo para o paciente, a juízo da Comissão Permanente de Crenologia. 


Produção e consumo de água mineral no Brasil 

Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, a produção brasileira de água mineral cresceu continuamente entre 1995 a 2007. Entre 2001 e 2007 a taxa anual de crescimento foi de 3,6%, passando de 3,73 bilhões de litros para 4,61 bilhões.
Os estados que mais produzem são São Paulo (34% da produção), Rio de Janeiro (7%), Minas Gerais (6%) e Paraná, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul (5%). O crescimento maior, porém, está sendo registrado na região Norte, com quase 29%.
O Brasil exporta o produto, e o nosso maior importador é Angola. 
O consumo de água mineral no mundo está crescendo tanto que supera, desde 2007, o de refrigerantes gasosos, tornando-se a bebida mais consumida no mercado mundial.
Em 2008, o Brasil foi o quarto maior consumidor de água mineral, logo atrás dos Estados Unidos, México e China.


PARA SABER MAIS 



Alterado em: 08/10/2009

A Água como Substância

A Água como Substância


A molécula da água é formada por dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio por meio de ligações covalentes (Figura 1). O ângulo de ligação é de 104,45º em função da estrutura tetraédrica dos orbitais sp3 do oxigênio (figura 2).
A água possui, portanto, uma dipolaridade bastante forte com as cargas positivas do hidrogênio e negativas do oxigênio, resultando em uma forte rede de ligações intermoleculares. Estas ligações são denominadas “pontes de hidrogênio” e são interagidas pela “força de Van der Waals”.As propriedades da água são determinadas pelo ângulo de ligação. Caso a água apresentasse um ângulo de 180o entre as ligações, talvez ela não seria um líquido à temperatura ambiente. 

Fig.1 - Molécula da Água¹
Fig.1 - Molécula da Água¹
      
Fig.2 - Molécula da Água com indicação do ângulo de ligação²
Fig.2 - Molécula da Água com indicação do ângulo de ligação²


¹http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo_legenda/aab51775b553ad2e0419807986ef6889.jpg, acessado em 07/01/2010²http://epcpalmas.files.wordpress.com/2009/05/051209_1456_biologiagua13.png, acessado em 07/01/2010

Propriedades da Água

Estado Físico 
    – Sólido 
    A água apresenta menor densidade no estado sólido do que no estado líquido o que explica por que o gelo bóia sobre a água líquida. 

Quadro 1 – densidade da água em várias temperaturas 
Temperatura (°C)Densidade (g/cm³)
1000,9584
800,9718
600,9832
400,9922
300,9956502
250,9970479
220,9977735
200,9982071
150,9991026
100,9997026
40,9999720
00,9998395
−100,998117
−200,993547
−300,983854
Densidade da água em gramas por centímetro cúbico em várias temperaturas em graus Celsius
Os valores abaixo de 0 °C se referem a água superfundida.


    Geralmente, a água se expande ao congelar devido à sua estrutura molecular aliada à elasticidade incomum das ligações de hidrogênio e à  conformação cristalina particular de baixa energia que ela assume em condições normais de pressão. Isto é, ao resfriar-se, a água tenta organizar- se numa configuração de rede cristalina que alonga as componentes rotacionais e vibracionais das ligações, de forma que  cada molécula de água é afastada das vizinhas. Isso efetivamente reduz a densidade “p” da água quando se forma gelo sob condições normais de pressão (http://pt.wikipedia.org, acessado em 07/01/2010).

    Líquido
    A água é primariamente um líquido em condições ambientes, o que não se poderia prever uma vez que os outros hidretos análogos da  família do oxigênio da tabela periódica, são gases como o sulfeto de hidrogênio, por exemplo. A razão pela qual o hidreto de oxigênio (água) forma um líquido está baseada no fato de ele ser mais eletronegativo que todos esses elementos (exceto pelo flúor). O oxigênio atrai elétrons muito mais fortemente que o hidrogênio levando a uma carga resultante positiva nos átomos de hidrogênio, e uma carga resultante negativa no átomo de oxigênio. A presença de carga nesses átomos dá a água um “momento dipolo”. A atração elétrica devida a esse dipolo aproxima as moléculas de água tornando mais difícil separa-las e por conseqüência, elevando o ponto de ebulição. A água pode ser vista como um líquido polar que se dissocia minimamente num íon hidrônio (H3O+ aq) e um íon hidroxila (OH- aq) associado. A água está em equilíbrio dinâmico entre os estados líquido, sólido e gasoso nas condições ambientes de temperatura e pressão, e é a única substância pura encontrada naturalmente na terra com essa característica. (http: //pt.wikipedia, acessado em 07/01/2010)

    Gasoso
    As pontes de hidrogênio também são responsáveis por esta característica. Para evaporar a água, primeiro deve-se romper as pontes de hidrogênio e posteriormente dotar as moléculas de água de suficiente energia cinética para se passar para a fase gasosa. Para evaporar 1 grama de água precisa-se de 540 calorias a uma temperatura de 20ºC (Macedo Barros Águas & Águas, 2004).

    Como gás, o vapor d’água é completamente miscível com o ar. Por outro lado, a pressão máxima de vapor termodinamicamente estável com a líquida ( ou sólida) numa dada temperatura é relativamente baixa se comparada com a pressão atmosférica total. Por exemplo, se a pressão parcial de vapor for 2% da pressão atmosférica e o ar for resfriado a partir de 25º C aos cerca de 22º a água começa a condensar-se, definindo o ponto de orvalho, formando neblina ou orvalho. O processo inverso faz com que a neblina “desapareça” pela manhã. Se a umidade aumenta à temperatura ambiente ( por exemplo, devido a um chuveiro quente), e a temperatura se mantém a mesma, a água gasosa logo chega á pressão de  mudança de fase, e se condensa como vapor. Um gás nesse contexto é dito saturado ou a 100% de umidade relativa, quando a pressão e vapor d’água no ar está em equilíbrio com a pressão de vapor devido à água (líquida) (http: //pt.wikipedia.org, acessado em 07/01/2010).



Referência Bibliográfica:
http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1374&sid=129

    Alterado em: 21/05/2010